Manoel Bandeira (1886-1968)

Manoel Bandeira (1886-1968)

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De vez em quando ainda recito o verso abaixo:

Vou me embora pra Passárgada

— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei.

O Último Poema

Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

***

2 comentários:

Anônimo disse...

"A paixão dos suicidas que se matam sem explicação".
Só ele para transformar uma coisa triste, em uma explosão de sentimentos!
Beijos ,
Mathilde Thompson

Luis Alfredo Moutinho da Costa disse...

Querida Mathilde,

Eu não poderia ter feito uma observação melhor.
Abs