c. 1955. Eu tinha uns quatorze ou quinze anos quando ouvi minha irmã Maria Antônia recitar “… o tique-taque estalado da máquina de escrever” do poema Dactilografia, de Fernando Pessoa. Deu um “tique” em mim, seguido de um “taque”. Perguntei quem era! Comecei a lê-lo e não parei mais. Fernando Pessoa são tantos que um único blog ainda seria pequeno para cabê-lo todo.
Uma raridade. Encontrei essa foto em 1997, na Internet. Não está mais disponível. Foi talvez na manhã desse dia, olhando o oceano, que o poeta escreveu o Mar Portuguez, onde se encontra seus dois versos mais famosos (in Mensagem):
Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. |
Hermenegildo Sábat (1933- ) Caricaturista Uruguaio |
José de Almeida Negreiros (1893-1970 Três heterônimos Artista português | Clara Ferreira Fotógrafa portuguesa |
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José João Brito Escultor português | Jeff Aerosol Artista português |
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5 comentários:
Falar em Pessoa, impossível não pensar no poeta que "é um "fingidor"...
Caríssimo Júlio.
Bem lembrado ... a confissão do poeta. Eram vários, os fingidores. Os mais conhecido são quatro (Alberto Caieiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares). Aliás, todo artista é um impostor, e os grandes nos enganam sempre ao enganar a realidade. Conrodo... Como diz a mulher de malandro! "- Me engana, que eu gosto!"
Amplexos não fingidos
Luis Alfredo,
recentemente eu li uma reportagem atribuindo "navegar é necessário, viver não é necessário", ao general Cneu Pompeu Mágno e tomado emprestado por D. Joãp II; citado por camões e posteriormente por Pessoa.
Lógico, nada disso tira o brilhantismo do grande poeta lusitano.
Eu não que é raro uma pessoa ter conectividade de pensamentos literários. Talvez essa frase estivesse implicita na mente de pessoa e ele nem lembrava que já tinha lido ela em algum lugar. Por isso é que eu procuro anotar as grandes frases que leio pra dar os seus devidos créditos e não cair em involuntários plágios.
Ainda sobre Pessoa, ele ainda vai dar muito o que falar. Aquele tal negócio: "falem bem ou falem mal, mas falem de Pessoa"..."
Abraços Poéticos
e obrigado por continuar me prestigiando!
Júlio,
Interessante e intrigante o seu comentário. Realmente, não importa a verdade. Concordo com vc que a frase deveria estar no cons- e/ou inconsciente coletivo dos navegadores. Não importa. Nós, artistas, ficamos com os mitos. A verdade... que permaneça ela com os historiadores et alii.
Abs Pessoais
É verdade o que diz o Julio sobre 'o fingidor...' É lembrado de imediato. Estão divinos essas pinturas, acho que reconheceria Pessoa até de burka!
Adorei, simplesmente.
bjs
Tais
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