Prólogo I

— Introdução —
Acontecimentos que marcaram tempos e lugares. Imagens e ditos benditos e benvindos. Vieram de amigos e parentes, escritores, mitos, músicos, poetas, cineastas, cientistas e filósofos.

Arthur Dapieve. José Saramago, ao olhar a bunda de sua mulher, Pilar, inspira Dapieve na mais perfeita e sintética definição de amor. Um compêndio condensado em uma frase;
Sommerset Maughan. O Fio da Navalha foi um livro que, por conta de uma citação da folha de rostro, levou-me a ler em seguida os Upanishads e o  Bhagavad Gita.
Julio Cortázar e um texto sobre o beijo, que desencoraja qualquer tentação em se escrever algo semelhante;
José Saramago. O mais puro lirismo erótico de uma primeira noite de amor, que se seguiu à mais longa declaração de amor por telefone que alguém já registrou;
Walter Benjamin. Outro olhar, uma outra visão que desmonta os cânones estéticos;
Calderón de La Barca, que afortunadamente intrometeu-se em meu encontro com Aurora em Madrid;
Djavan e os versos que roubei para presentear Jocasta;
Alexander Pope e um poeminha que narra o Gênesis da física moderna, um fiat Newton incomparável;
Anna de Noailles, condessa mundana da Belle Époque, e um curto verso de sete palavras que desafia qualquer tradutor da língua francesa;
Gulherme de Brito e a canção cuja letra me orientava em encontros com pessoas tristes;
Zé Kéti e outra letra, que eu costumava cantarolar, em momentos oportunos, para minhas namoradas adolescentes;
Euclides da Cunha
e a mais bela página da literatura brasileira;
Guimarães Rosa ficou para sempre com o romance Grande Sertão, Veredas e os contos de Sagarana. O romance..., levei trinta anos para lê-lo como deveria, isto é, palavra por palavra. Sagarana é releitura que se repete com freqüência, talvez pela intimidade que tenho com os sertões e o agreste de Minas Gerais;
Fernando Pessoa e o mar português;
Carlos Drummnd de Andrade. Descobri uns versos de Drummond que seriam, com certeza, uma resposta a outros de Fernando Pessoa. ... E um poema único, sobre a mulher que chovia;
Inês Pedrosa é uma descoberta recente. Transcrevo dois curtos parágrafos que me levaram a ler vários de seus livros;
Ingrid Borinski, há trinta anos, presenteou-me com sua tradução de Herzstück (Peça do Coração em Um Ato), de Heiner Müller. Uma jóia humorística que é pouco ou quase nada conhecida no Brasil, embora tenha sido traduzida para uma dezena de idiomas;
Ivan Lins. Ao me recuperar de um prolongada depressão, seus versos me mostraram “que a vida pode ser maravilhosa”;
O Cristo Carpinteiro, de autor desconhecido. A frase mais terrível que já lí!
Marcel Proust e John Ruskin. Minhas conexões com ambos e entre eles;
Fernanda Schnoor. Restaram alguns poemas, um breve texto e um postal com a letra da música “A little Kiss each morning”;
John Keats não me passou desapercebido. Lí o longo poema Endymion, mas minha homenagem é feita pela transcrição do primeiro verso (um dos mais belos e famosos da língua inglesa);
Wolfgang von Göethe escreveu uns versos que compunham um mandamento para os estudantes de geologia da Universidade de Viena. Arrisquei uma tradução;
Hector Bianciotti, que me mostrou a diferença entre “l’oiseau” e “el pájaro”;
Manoel Bandeira ficou-me inesquecível com sua Passárgada. Quantas vezes eu recitei aqueles quatro versos!!!;
Paulo Mendes Campos. Um vício. É um dos dois autores de quem li toda a obra. Algumas delas ainda em minha mesa de cabeceira;
Oscar Wilde é o outro. Também sempre à mão;
Eduardo Galeano foi leitura obrigatória dos anos 1970. Contestador das injustiças sofridas pelos atormentados povos dos terceiro e quarto mundos. Impossível de resumí-lo. Leiam-no todo. Menciono apenas quatro ditos de um lado seu de humor oportuno. Gostaria de ter escrito essas frases;
Kurt Gödel é aqui acompanhado por Douglas Hofstadter. Gödel, com seu Teorema da Incomplitude, derrubou os alicerces lógicos da colossal obra de Bertrand Russel e Alfred Withehead – Principia Mathematica. Esse teorema hyper-complexo passou a ser accessível ao entendimento do leitor curioso através do livro de Hofstadter – Gödel, Escher & Bach, talvez o livro, livro não, o compêndio mais “rico” que já li. Sempre à mão para consultas constantes;
Edgar Alan Poe e a descoberta de Lenore;
Gilgamesh. Vai e volta, releio o trecho dessa epopéia, o mais antigo texto impresso que se tem notícia. Também ousei levantar a possibilidade de a história desse herói ter influenciado Guimarães Rosa em sua outra epopéia, o Grande Sertão, Veredas;
Pérola Akerman, arquiteta, psicóloga e filosófa, estava inspiradíssima quando conseguiu a proeza de resumir grande parte do ensinamento de Jacques Lacan em um único poema;
Ligia Karam
, que sempre soube transformar os ditos em feitos e fatos;
Félix Arver, o poeta de um único poema, dos mais famosos do romantismo francês do séc. XIX;
Muhamad Ali e o mais curto poema da língua inglesa. Quatro letras em duas palavras;
Pablo Neruda
e os dois de seus poemas mais famosos dos Anos Dourados do Rio de Janeiro;
Axel Munthe. Para saber do impacto em se avistar uma fada, leiam o trecho de o Livro de San Michele;
Rainer Maria Rilke e os três versos que me foram segredados por Ieda Inda, .... e foi o fim de um affair;
Robert Frost. Um verso bastante conhecido do poema The Road not taken,  ajudou-me quando tomei a difícil decisão de ir trabalhar na Guiné Bissau;
Jehovah e o mais universal dos ditos do mais famoso mito da civilização judáico-cristã;
Jacques Lacan e seu dito ilustrado e intrigante, o Nó Borromeano;
François Villon, poeta alcóolatra, ladrão, assassino, condenado à forca e banido;
Joana Narvaez y yo... Yo que no creo en brujas, pero que las hay, las hay!
Tatiana Weihmann, alvejante do meu niver com presença e palavras;
— Li Po
, poeta do século VIII, e um amor cuja “profundidade” jamais foi igualada;
— T.S. Eliot
e seus gatos;
— Isaac Asimov.
O autor mais prolífico de todos os tempos. Um monumento. Publicou 515 livros. Li 77 (ainda em minha estante);
Ezra Pound. Um mestre. A mais precisa e concisa definição de poesia que conheço;
Thomas Friedeman. Uma alegoria de uma tribo africana que resume a vida atribulada e competitiva do mundo globalizado; 
A Segunda Lei da Termodinâmica / Entropia - Uma atração fatal;
Ditos de Maria Antônia, irmã e minha primeira tutora literária;
de sobra, Poesias de Luis Alfredo e, com entrada separada
Maria e José…Nunca Mais!!!
Júlio Machado, poeta íssimo, e seu bem dito soneto;
—  Roberto Camporal García e a mais bela canção de amor e morte jamais composta;
Otávio do Rêgo Macedo, que me deu de presente o mais singelo poema sobre a amizade, de Vinicius de Moraes... e outras histórias;

Hoje 18 de janeiro de 2011, ainda faltam: Ligia, Lara, Maria Vitória, James Joyce, Lawrence Durrel, Jack Kerouac, Paul Géraldy, Jacques Prevert, Federico Garcia Lorca, Vladmir Maiakovski, Friedrich Nietzsche, Ferreira Gullar, François Villon, Garcilaso de la Vega, Bertrand Russel,  e mais…
***

10 comentários:

Jullio Machado disse...

É meu caro,são tantos autores clássicos, e anônimos,com seus clássicos geniais e tão pouco tempo pra saboreá-los.
Abraços poéticos
Atenciosamente, Júlio.
Floripa-SC

Jullio Machado disse...

Ola´! Deixa eu contribuir com um pequeno, mas significativo poema.

Homem Prevenido

Não tinha talento pra escrever,
Nem tempo pra pensar.
Sua arte era viver na superfície,
Jamais mergulhar.

Inês Mafra

Abraços!!
Júlio
julioxpto@ig.com.br

Jullio Machado disse...

Caros Usuários

Informamos o encerramento das atividades do serviço "Blogs Abril" a partir do dia de 31 de Março de 2011.

Agradecemos a todos os blogueiros que se juntaram à Abril durante este período e, lembramos que em conformidade com o disposto no item 15 de seu Termos de Uso, todo o material dos usuários que se encontra armazenado em nossos servidores, incluindo fotos e textos, será apagado definitivamente.

Dessa forma, SUGERIMOS a todos os interessados, que providenciem o imediato backup de todo o seu material postado. Para tanto, já se encontra disponível a ferramenta de DOWNLOAD dos arquivos.

Após o encerramento do Blogs Abril, todo o conteúdo deixará de existir em nossos servidores, mas seu cadastro na Abril continuará ativo e você poderá continuar usando nossos serviços normalmente

Luis Alfredo Moutinho da Costa disse...

Caro Júlio,
Bom saber, pois eu tenho (tinha) blogs na Abril

Jullio Machado disse...

Pois é eu achei que , talvez, você gostasse de saber.

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Obrigado pelo comentário sobre o meu poema "QUID". Mas, confesso , nem sempre sou pessimista-fatalista...
Eu creio que tudo é um estado de espírito. Volta e meia a gente vai lapidando aqui, aparando as arestas ali,perde-se-ganha-ganha-se-perde...e seguimos rindo pra não chorar. E como disse, Qintana, o apendiz de feiticeiro, : a esperança é um urubu pintado de verde".
Logo, há esperança. É como algumas verdades, ela existe. Quer queiramos ou não.
Abraços!!
Valeu, grande Luíz Alfredo!

Ligia disse...

Luís Alfredo,
visito o teu blog e fico tentada a dizer sobre e o quanto admiro a tua capacidade de síntese e sensibilidade. Não quero "transformar ditos em feitos e fatos". Isso pode ser uma forma reducionista de leituras sobre eles, uma tentativa de enformá-los...Feitos e fatos, o mundo do necessário, do material, do cotidiano...

Os teus ditos me enriquecem. Com eles (re)conheci novos e velhos autores, despertei a minha curiosidade para saber mais sobre ou simplesmente me deixei embriagar por outras leituras, para além das que havia feito. Gosto do alimento que me proporcionas.

Jullio Machado disse...

caro amigo Luis Alfredo,
em 2011, umas das melhores coisas que me aconteceu, foi ter conhecido a sua existência. É um prazer e uma honra conhecer um ínfimo da sua persona.
Um forte abraço e desde já lhe desejo muita saúde e muita paz nos anos vindouros ! (pra sua família e para todos que você curte idem)
valeu meu brother virtual!

J. C. M. Souza disse...

"E mais",engloba Bukowski?

Abraços!

Luis Alfredo Moutinho da Costa disse...

Ooops! Eis que surge um heterônimo. São tantos JCs interiores que, eu sabia, cedo ou tarde uma explosão traria um novo afloramento. Vou acompanhá-lo na certeza de que encontrarei poesia nesses movimentos novos.
Sobre Bucowski, ele é demais! Contudo, acredite, só comecei a lê-lo há uns dois anos. Parece que encontrei algo que poderia chamar de "encontro". Aguardo e, se isso acontecer, ele será aqui incluído com pompa e galhardia.
Passei pelo Vagar Alado e tem muita coisa nova lá. Vou ver com atenção
Forte abraço

Anônimo disse...

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